As infecções do trato reprodutivo na mulher constituem-se em importantes entidades clínicas pela frequência com que se apresentam, pela sintomatologia desconfortável, pelas repercussões psicológicas e na sexualidade, pela possibilidade de complicações e sequelas importantes e por facilitarem a aquisição/transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e de outros agentes de transmissão sexual. Apesar do aprimoramento dos métodos diagnósticos e da disponibilidade de elevado número de medicamentos por via sistêmica ou local, tais afecções continuam a representar um desafio para médicos e pacientes, particularmente, quando se apresentam em episódios recidivantes. Dentre as infecções do trato reprodutivo, destacam-se as vaginoses, processos nos quais o meio ambiente vaginal fisiológico, composto primordialmente por Lactobacillus, encontra-se alterado, assim, possibilitando a proliferação de outros microrganismos.
As vaginoses representam as queixas mais frequentes nos consultórios de ginecologia, sendo responsáveis por aproximadamente 40% dos motivos de consulta. Os sintomas são representados principalmente por corrimento vaginal, em quantidade, coloração e aspecto variáveis, associados a outros sintomas como odor desagradável, prurido, sensação de ardor e/ou queimação, disúria e dispareunia, a depender do agente etiológicos e afetam negativamente a qualidade de vida.
Em resumo a Vaginose bacteriana é um estado de desequilíbrio da flora vaginal caracterizado pela substituição da flora microbiana dominada por Lactobacillus por bactérias anaeróbias e facultativas. Embora existam variações entre mulheres, as espécies mais frequentemente encontradas são Gardnerella, Atopobium, Prevotella, Megasphaera, Leptotrichia, Sneatia, Bifidobacterium, Dialister e Clostridium, Mycoplasmas.(2)
Candidíase é decorrente da proliferação de fungos no meio vaginal que levem ao aparecimento de sintomas tipo corrimento, prurido, disúria, dispareunia, sendo a Candida albicans o agente mais frequente (85%-95% dos casos). Denomina-se candidíase vaginal recorrente ao aparecimento de quatro ou mais episódios em período de 12 meses.
Tricomoníase tem como agente etiológico o parasita flagelado Trichomonas vaginalis, de transmissão sexual e que tem a capacidade de fagocitar bactérias, fungos e vírus, transportando-os para o trato genital superior.
Vaginose citolítica é causada pela excessiva proliferação de Lactobacillus, pela redução do pH vaginal e pela citólise, levando ao aparecimento de sintomas.
Vaginite inflamatória descamativa é forma pouco frequente, mas severa, de vaginite purulenta crônica. A etiologia é desconhecida; em alguns casos, têm sido identificados Streptococcus do grupo B e Eschericchia coli, e o processo inflamatório é intenso. Existe a hipótese de que fatores imunológicos e deficiência de estrogênios contribuam para a afecção.
Vaginite aeróbica é um estado de alteração do meio vaginal caracterizado por microflora contendo bactérias aeróbicas comuns na flora intestinal, sendo a mais freqüente – Escherichia coli, ou então a redução ou ausência de Lactobacillus e processo inflamatório de diferentes intensidades.
É fundamental que procure um especialista na área para que o tratamento e prevenção sejam feitas de forma correta. Muitas vezes o tratamento errado pode piorar o quadro. Procure seu Ginecologista e agende uma consulta.
Dra. Beatriz Botelho